Em seu lançamento no início dos anos 2000, “Pearl Harbor” foi considerado o ‘novo Titanic’. De fato, tinha tudo para ser, já que reciclou quase todos os clichês utilizados por James Cameron: tragédias, heroísmo, situações melodramáticas, romances entre outros. O resultado ficou esteticamente belo, porém romanticamente bobo e vazio.
O filme, que trazia os badalados Michael Bay na direção, Jerry Bruckheimer na produção e seus 140 milhões de dólares no orçamento, foi fracasso de criticas e de bilheteria nos EUA. O desastroso roteiro com muitos diálogos esdrúxulos, o romance ‘triplamente’ piegas e a escolha de protagonistas sem carisma (Ben Affleck e Josh Hartnett) condenaram “Pearl Harbor” ao insucesso.
É nítido que Michael Bay não tem habilidade para conduzir esse tipo de história amorosa. Contudo, o diretor é especialista no gênero ação e aqui ele não decepciona ao refilmar o fato histórico, já mostrado em “Tora tora tora!”, sobre o ataque japonês à base de Pearl Harbor, no Havaí, ponto chave para os Estados Unidos entrarem de vez na 2ª Guerra Mundial.
São as paisagens magníficas, as boas e longas cenas de guerra e explosões espetaculares que interessam em “Pearl Harbor”. Tecnicamente, a produção é bastante eficiente ao trazer realismo nas destruições com efeitos visuais de primeira, bela fotografia, trilha sonora caprichada de Hans Zimmer, engenharia de som impecável e perseguições aéreas sensacionais.
Apesar das intermináveis 3 horas de duração, do romance ‘mela-cueca’ e de não entrar muito na análise política sobre o acontecimento, são o caos e o cenário ‘militar’ que nos entretêm em “Pearl Harbor”. Só de ver como os japoneses afundaram 21 navios, destruíram 188 aviões e mataram 2409 soldados americanos já vale uma espiada.
Pearl Harbor
EUA, 2001 - 183 minutos
Romance / Guerra
Direção: Michael Bay
Roteiro: Randall Wallace
Elenco: Ben Affleck, Josh Hartnett, Kate Beckinsale, Ewan Bremner, Alec Baldwin, James King, Jon Voight, Dan Aykroyd, Cuba Gooding Jr., Tom Sizemore
Cotação: * * *