“Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge” pode não ser tão espetacular ou melhor que o segundo longa da franquia, mas, certamente, trás conclusões bem amarradas para a trilogia do morcego de Christopher Nolan. O diretor não só valoriza os bons diálogos do roteiro e o desenvolvimento de personagens, mas procura inserir drama e psicologia ao heroi, tornando-o mais humano e atraente.
Além de novas caras e inéditas 'bat-tecnologias' (como o morcego voador e um dispositivo que inabilita o uso de objetos eletrônicos), esta terceira parte traz uma atmosfera ainda mais densa. Aqui, Batman e Bruce Wane estão fracos e decadentes. Depois que as intrigas do segundo filme transformaram o heroi em ‘vilão’, Gotham ficou sem o justiceiro por oito anos e está exposta ao crime.
Desta vez, quem da às cartas na cidade é o agressivo Bane (Tom Hardy), um brutamontes mascarado determinado a destruir, não só Gotham, mas, também, Batman. Nos quadrinhos, Bane quase mata o Morcegão e no filme ele faz com que o cavaleiro negro conheça de verdade o sentido de ‘trevas’.
Bane não é carismático como o Coringa e Tom Hardy nem dá show de interpretação como Heath Ledger (que deixou o Coringa de Jack Nicholson no chinelo), mas é o vilão a altura da força e poder de Batman, que apanha muito do grandalhão. Misturando a impotência do morcego e a sensação de indestrutibilidade de Bane, esta terceira parte se torna ainda mais sombria e épica. Sem contar a presença da personagem de Anne Hathaway, considerada a ‘mulher gato’ da série, que faz uma ladra esperta e é mais uma peça que favorece a decadência do justiceiro.
O grande trunfo de Nolan, não só em “O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, mas em toda a saga, foi equilibrar elementos dramáticos, investigativos, aventurescos e reviravoltas bem ensaiadas (e suas conexões entre os filmes) em uma narrativa ágil. Tudo é bem amarrado pelo roteiro que mantém um nível satisfatório de coerência.
Por isso a trilogia é espetacular. Tem estilosas coreografias de ações que fogem do convencional e ainda há os fatores emocional e comportamental que fazem de Batman um personagem ainda mais admirável e icônico (méritos, também, para o excelente desempenho de Christian Bale).
Os Batmans de Nolan são tão brilhantes e imponentes que deixam os bons filmes de Tim Burton e, principalmente, as porqueiras de Joel Schumacher no esquecimento e ficarão por muito tempo como a melhor referência cinematográfica do heroi. Ainda que Nolan tenha declarado que não fará mais obras sobre o Morcegão, o diretor deixou um final com uma ponta interessante para quem quiser seguir o projeto.
Valeu Batman e obrigado, Nolan! Que venha o blu-ray!
Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises)
EUA, 2012 - 164 minutos.
Aventura
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan, Jonathan Nolan, David Goyer
Elenco: Christian Bale, Gary Oldman, Tom Hardy, Joseph Gordon-Levitt, Anne Hathaway, Marion Cotillard, Morgan Freeman, Michael Caine
Cotação: * * * * *
