domingo, 16 de dezembro de 2012

Equilibrium

Longas com temas que envolvem sistemas de controle social nos remetem ao romance "1984", de George Orwell (1949), que deu origem ao filme de mesmo nome e lançado no ano que deu nome à obra. De lá para cá, esse clássico tem sido bastante influente no cinema, principalmente quando o assunto expõe ideias de 'manipulação de realidade'.
 
Falando nisso, “Equilibrium”, que passou despercebido no início dos anos 2000, trouxe uma perspectiva interessante sobre governos manipuladores. O único problema é que ele foi lançado no rastro da ficção high-tech “Matrix”, com o qual se assemelha em diversos aspectos.
 
A premissa é atraente e curiosa: depois da Terceira Guerra Mundial, as autoridades forçam a população a consumir uma droga criada para inibir qualquer tipo de emoção humana no intuito de evitar a Quarta Guerra. A ideia de uma supressão de sentimentos num futuro apocalíptico abordando um sistema falho mascarado de sociedade perfeita é bem explorada pelo roteiro que trabalha o drama de maneira convincente.
 
O figurino, a contestação sobre a realidade, a vingança sobre o sistema, a rebelião em massa, as artes marciais e as habilidades absurdas são uma das semelhanças em relação à produção pirotécnica dos Irmãos Wachowski. O fato de “Equilibrium” fazer analogias com “Matrix” não o faz ficar desinteressante, pelo contrário, ele utiliza esses elementos parecidos para trazer uma visão pouco convencional de um sistema manipulador.
 
Apesar da trama trivial e alguns furos no roteiro, “Equilibrium” não decepciona no ‘conjunto da obra’, especialmente por oferecer um visual acinzentado bacana e tiroteios estilosos. Tecnicamente e filosoficamente falando, é incomparável com seu ‘irmão rico’, mas entretém e faz refletir com a mesma eficiência.
 
Equilibrium
EUA, 2002 - 107 minutos
Ficção científica
Direção: Kurt Wimmer
Roteiro: Kurt Wimmer
Elenco: Bale, Sean Bean, Taye Diggs, William Fichtner, Emily Watson
Cotação: * * * *

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