sábado, 9 de fevereiro de 2013

Incontrolável

“Incontrolável” é a prova de que premissas simples e roteiros ‘feijão com arroz’ ainda promovem entretenimentos eficientes. O filme tem de tudo para ser ruim, mas o diretor Tony Scott conseguiu trabalhar o trivial de maneira inteligente e tensamente atraente.

A primeira coisa que me veio à cabeça de uma produção sobre trem desgovernado carregado de produtos tóxicos é que haveria alguma ameaça terrorista. Felizmente, estava errado e o descontrole do tal trem sem maquinista, argumento inspirado em caso real de 2001, foi por um simples erro humano, o que mobilizou dois funcionários de uma ferrovia a entrar numa missão de resgate para frear o veículo.

Nada melhor que a velocidade para inspirar trabalhos de Tony Scott ("Chamas da Vingança" e "Déjà Vu"). Se não houver muito movimento, ele cria a ação imprimindo ritmos frenéticos, edições ‘videoclipeiras’ e câmeras com ‘mal de Parkinson’. Em “Incontrolável”, Scott está um pouco menos agitado e tudo está encaixadinho e com todos os elementos em equilíbrio.

A ‘arte do diferencial’ não são as iguarias do produto, mas como elas são executadas para que o resultado final fique interessante. E é isso que acontece no longa, que trabalha a trama previsível, o suspense de ‘velocidade máxima’, o clímax de extremo perigo e os clichês do herói (ditam o teor dramático ao expor protagonistas com problemas familiares) sem muitos exageros.

Talvez por causa disso, aliado a uma câmera nervosa, sem tremulações e constantemente com pequenos travellings circulares sobre os personagens, Scott realiza um filme ‘quase catástrofe’ de uma tensão ímpar e arrepiante. Destaques para as atuações de Chris Evans e do sempre ótimo Denzel Washington, sua quinta parceria com o diretor.

Incontrolável (Unstoppable)
EUA, 2010 - 98 minutos
Suspense
Direção: Tony Scott
Roteiro: Mark Bomback
Elenco: Denzel Washington, Chris Pine, Rosario Dawson, Ethan Suplee, Kevin Dunn, Jessy Schram, Kevin Corrigan, Lew Temple
Cotação: * * * *

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