sexta-feira, 5 de julho de 2013

Guerra Mundial Z

Se você acredita que o tema 'mortos-vivos' tenha perdido forças se enganou. "Guerra Mundial Z" é a prova que o terror zumbi ainda tem o que mostrar, não só por bons roteiros, mas pelas diferentes percepções sobre o caos global e, sobretudo, pelo ataque pouco convencional dos 'andantes esfomeados'.
 
Quando acontece a invasão de zumbis na Filadélfia, o ex-investigador das nações unidas Gerry Lane (Brad Pitt) e sua família são resgatados por oficiais de seu antigo trabalho. Ele é convocado a voltar a ativa para descobrir o marco zero da epidemia que transforma seres humanos em mortos-vivos. Ao mesmo tempo que Gerry busca o motivo da contaminação global, ele também procura se manter vivo em meio aos ataques de violentos zumbis para manter sua família segura do caos.
 
"Guerra Mundial Z" é o mais caro filme do subgênero (custou cerca de US$ 150 milhões), mas também é o melhor deles. O diretor Marc Forster não economizou sustos e muito menos ação ao realizar um suspense ímpar com enredo mais coeso que outros semelhantes e com cenas espetaculares. É bom ver um trabalho que inspira criatividade no meio de tantas produções medianas com mesmo tema.
 
O clichê, aqui, é inevitável, mas bem explorado em situações pouco comuns. É aí que se destaca a criatividade que está presente nas grandiosidades das cenas (sequências em Israel e dentro de um avião são incríveis), no suspense causado pela periculosidade dos vilões, nos impressionantes efeitos visuais e na utilização inteligente do 3D que pipoca zumbis para fora da tela. Isso valoriza o ritmo ágil (é de perder o fôlego) e acerta na profundidade da tridimensionalidade, elevando os momentos de tensão e conseguindo o que poucas produções promoveram com a tecnologia: interação contagiante entre a atmosfera do filme e o espectador.
 
Se os andantes de George Romero metaforizavam o consumismo, os mortos-vivos de Marc Forster, como disse o diretor numa entrevista, simboliza a superpopulação mundial. Com o crescimento populacional ininterrupto, a busca por mantimentos ou serviços para a sobrevivência se torna cada vez mais intensa. Aí está o argumento para ferocidade dos zumbis que são mais violentos e velozes do que aqueles mostrados em "Extermínio", mais perigosos que os monstros de "Eu sou a Lenda" e mais assustadores que os de "Madrugada dos Mortos". Os monstrengos são uma devastadora força da natureza, o que faz jus ao ditado:"se correr o bicho pega, se ficar o bicho come"!
 
Outro ponto que agrada é o roteiro que traz conexões coerentes e soluções aceitáveis em relação a premissa proposta. O livro de Brooks apenas inspira a atmosfera da estória que teve diversas adequações para que a mesma fique melhor adaptável para o cinema. As modificações foram satisfatórias, mesmo tendo um drama familiar convencional na trama para criar laços emocionais no longa.
 
E Brad Pitt? O caos e o suspense são tão imponentes que o carismático ator teve apenas uma atuação 'ok' e está mais para garoto propaganda da produção. Como ele mesmo disse, aceitou produzir e protagonizar "Guerra Mundial Z" para agradar os filhos. Ele agradou não só seus herdeiros, mas todos os fãs de zumbis com o melhor filme do subgênero.
 
Guerra Mundial Z (World War Z)
EUA , 2013 - 116 minutos
Ação / Suspense / Drama / Terror
Direção: Marc Forster
Roteiro: Matthew Michael Carnahan, Drew Goddard, Damon Lindelof, J. Michael Straczynski, Max Brooks (livro)
Elenco: Brad Pitt, Mireille Enos, Daniella Kertesz, James Badge Dale, Fana Mokoena, Ludi Boeken, Elyes Gabel, Pierfrancesco Favino, Peter Capaldi
Cotação: * * * * *

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