segunda-feira, 26 de maio de 2014

Godzilla

O novo "Godzilla" não é uma refilmagem da produção de mesmo nome de 1998, dirigido por Roland Emmerich, mas um reboot do nostálgico monstro japonês exibido em 1954. Assim como diversas releituras atuais de outros temas, o filme também busca colocar os pingos nos 'is' e dar certa coerência na história do lagartão, fato que não houve no longa hollywoodiano da década de 90. A destruição e a ação também estão presentes aqui, porém sem perder a pegada dramática.

As origens de Godzilla são bem explicadas em um interessante prelúdio que faz analogias com o passado ao justificar os inúmeros testes nucleares que o ser humano tanto fez com bombas atômicas. A história original não é só Godzilla. Ele sempre esteve norteado de monstros gigantes e aqui não é diferente quando tem de enfrentar enormes criaturas que se assemelham àquela vista em "Cloverfield".

"Godzilla" tem mais pontos positivos que negativos, a começar com o visual bizarro e nostálgico do monstrengo que se inspira naquele dos anos 50. Além disso, a bela fotografia faz contornos dramáticos pontuais, há efeitos visuais de qualidade (as catástrofes são bem realistas), tem som e efeitos sonoros poderosos e as cenas de tensão são eficientemente bem conduzidas pelo diretor Gareth Edwards (há várias cenas de sustos que fogem do convencional). As sequências de luta entre os monstros, embora pouco se destacam em um primeiro momento, é o grande aperitivo do eletrizante clímax.

O problema da narrativa é que Godzilla está coadjuvante demais. O ponto de vista do homem, em tramas comuns que carecem de emoção, está mais em evidência que o personagem-título que aparece sem tanto impacto, fato que Roland Emmerich conseguiu dar em seu filme em 1998. Somente no clímax o lagartão está mais presente e se mostra ser o 'Chuck Norris dos monstros'. Outro aspecto negativo é o protagonista Aaron Taylor-Johnson que ‘não fede e nem cheira’, diferente de Bryan Cranston, que segura a excelente dramaticidade nos primeiros 30 minutos, e de Ken Watanabe que também tem boa presença de cena.

No geral, "Godzilla" está longe de ser ruim, mas, também, distante de ser uma obra-prima. A ideia de recontar suas origens e peculiaridades é de grande valia para quem o procura em sua forma mais clássica. Destaque para o debate entre 'homem e natureza' que critica o ser humano por achar que pode solucionar tudo de uma maneira armamentista, e por nos moralizar pela pequenice que somos diante de grandes herois.

Godzilla
EUA, 2014 - 123 minutos
Ação / Ficção Científica
Direção: Gareth Edwards
Roteiro: Max Borenstein, Dave Callaham
Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Elizabeth Olsen, Ken Watanabe, Bryan Cranston, Sally Hawkins, David Strathairn, Juliette Binoche
Cotação: * * * *

Termômetro:
- Humor: * *
- Drama: * * *
- Romance: *
- Fantasia: * * * *
- Ação / Aventura: * * * *
- Policial: *
- Suspense: * * * *
- Sexualidade: *
- Escatologia: *
- Violência: * * *
- Efeitos especiais: * * * * *

Nenhum comentário:

Postar um comentário