Não é de hoje que a homossexualidade é um tema polêmico. Na verdade, é um grande tabu a ser quebrado. Aos poucos, a sociedade se adapta ao assunto, mas ainda há muito preconceito com essas pessoas que querem ter direitos e serem respeitadas. É justamente isso que trata o bom longa chileno "Uma Mulher Fantástica".
A narrativa gira em torno de Marina (Daniela Vega), uma transexual que tem dificuldades em lidar com a morte do amante. Ela busca, apenas, o direito de chorar a perda do companheiro, mas é atrapalhada pela intolerância da família do falecido.
O roteiro não perde tempo com clichês sobre barreiras no relacionamento e logo mostra a estabilidade amorosa do casal. O que interessa, de fato, é a reviravolta na vida de Marina sobre uma realidade que ela acreditava ter superado. De um dia para o outro, ela vai do céu ao inferno: é amada sem discriminação por um homem que a via como uma 'mulher fantástica' e, depois, é odiada por sua condição de gênero.
O roteiro não perde tempo com clichês sobre barreiras no relacionamento e logo mostra a estabilidade amorosa do casal. O que interessa, de fato, é a reviravolta na vida de Marina sobre uma realidade que ela acreditava ter superado. De um dia para o outro, ela vai do céu ao inferno: é amada sem discriminação por um homem que a via como uma 'mulher fantástica' e, depois, é odiada por sua condição de gênero.
O plot é a revanche que a protagonista terá de fazer com suas lutas do passado. Sem um parceiro para se apoiar, ela revive as duras camadas do preconceito e se vê em situações desagradáveis ao ter seus direitos prejudicados. Os olhares tortos que recebe das pessoas são dolorosos!
Toda a dramatização é tratada de maneira realista e sensivelmente introspectiva pelo diretor Sebastián Lelio. O cineasta ainda insere toques de mistério, tanto nos rumos da trama como na particularidade sexual de Marina (ela é operada ou não?), e momentos inspirados que reforçam a forte personalidade e a feminilidade da personagem principal.
Outro mérito da direção é investir na violência psicológica ao invés da agressão física para criar empatia com o público. Falando nisso, essa virtude se deve muito pela atuação de Daniela Vega, atriz e cantora lírica transgênera que se destaca na produção e nos entrega uma performance poderosa e intensa.
Uma Mulher Fantástica (Una Mujer Fantástica)
2017, CHI/ALE – 104 minutos
Drama
Direção: Sebastián Lelio
Roteiro: Juan de Dios Larraín
Elenco: Daniela Vega, Alejandro Goic, Aline Küppenheim, Amparo Noguera, Antonia Zegers, Cristián Chaparro, Eduardo Paxeco, Francisco Reyes
Cotação: * * * *
2017, CHI/ALE – 104 minutos
Drama
Direção: Sebastián Lelio
Roteiro: Juan de Dios Larraín
Elenco: Daniela Vega, Alejandro Goic, Aline Küppenheim, Amparo Noguera, Antonia Zegers, Cristián Chaparro, Eduardo Paxeco, Francisco Reyes
Cotação: * * * *
